
A Academia Brasileira de Medicina Militar parabeniza os médicos, militares e civis, por todo o País, pelo transcurso do Dia do Médico, em 18 de Outubro próximo. Tal fato ganha ainda maior importância pelos momentos tormentosos pelos que vem passando a profissão médica, submetida a frequentes, e cada vez mais contundentes, críticas pelos que deveriam, antes e acima de tudo, zelar pela qualidade da gestão do Sistema de Saúde da população brasileira. O paradoxo, que nos deixa perplexos, é que seus principais detratores encontram-se sob estrito acompanhamento médico, há longo tempo, conforme farta matéria divulgada pela mídia nacional e internacional.
Na verdade, a qualidade da Medicina brasileira é incontestável, a partir do cabedal de conhecimentos de que são possuidores os nossos profissionais, respeitados e admirados no cenário acadêmico mundial. E isso pode ser comprovado nos Congressos, Seminários e outros encontros, quando a produção de trabalhos de alto valor científico é notável. Não nos furtamos em afirmar que a Medicina praticada no Brasil nada tem a dever a centros de excelência de outros páramos do planeta. O que devemos sempre lamentar e combater é a falta de um planejamento consistente, que permita aos profissionais da área da Saúde, de modo geral, e aos médicos, em particular, aplicar seus conhecimentos, com qualidade e eficiência, sempre em prol do seu semelhante, por todos os pontos do imenso território nacional. É exatamente nesse aspecto que divergimos dos dirigentes patrícios, nos três níveis da administração pública. O médico, com toda a certeza, é o menos culpado, podemos dizer assim, pelo desacerto pelo qual passa a assistência em Saúde atual. As precárias condições de trabalho, aliadas à falta de reconhecimento da importância da prática médica, no Brasil, seja pelas críticas ácidas, no mais das vezes, injustas e caluniosas, seja pela flagrante baixa remuneração auferida ao profissional da rede pública, são as principais causas da ineficiência da administração pública, na seleção e manutenção de talentos profissionais, o que leva, não raramente, a eventos adversos, durante o atendimento à população. Insistimos em afirmar que estamos diante uma situação que requer muito mais uma gestão competente e íntegra, que mais profissionais, principalmente os trazidos de outros países, para atuarem no Brasil. Não faltam médicos e, sim, organização, planejamento e, acima de tudo, comprometimento com a Saúde Pública brasileira. Essas são as razões pelas quais a ABMM congratula-se firmemente com os médicos, militares e civis, pelas comemorações de seu dia, cumprimentando-os efusivamente pelo profissionalismo e pela competência com que vêm desempenhando suas atividades, em meio a um verdadeiro Teatro de Operações, onde somente os heróis da Medicina nacional sobrevivem. Parabéns, doutor!
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